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União Europeia Pode Adiar Entrada em Vigor da Lei Antidesmatamento: Oportunidades e Desafios para Exportadores Brasileiros

O Regulamento EUDR da União Europeia visa restringir a importação de produtos ligados ao desmatamento. Inicialmente previsto para 2024, sua implementação pode ser adiada, dando mais tempo aos exportadores brasileiros para se adequarem às exigências de rastreabilidade.

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O regulamento antidesmatamento da União Europeia (EUDR – UE 2023/1115) tem causado grande preocupação entre exportadores brasileiros, especialmente aqueles ligados ao agronegócio. Inicialmente previsto para entrar em vigor em 2024, esse regulamento busca restringir a importação de produtos associados ao desmatamento e à degradação florestal. No entanto, recentes discussões indicam que a União Europeia pode adiar a implementação da lei, oferecendo mais tempo para os produtores brasileiros se adequarem às novas exigências.

Com o objetivo de proteger as florestas globais e combater o desmatamento, o EUDR exige que empresas que exportam para o bloco europeu demonstrem que suas mercadorias não estão vinculadas ao desmatamento, exigindo altos níveis de rastreabilidade e conformidade.

Isso inclui produtos como soja, carne bovina, óleo de palma, madeira e cacau, impactando diretamente setores-chave da economia brasileira. Neste artigo, exploramos as possíveis mudanças no cronograma do EUDR, os desafios para os exportadores brasileiros e como nosso escritório pode ajudar as empresas a se prepararem para cumprir essas rigorosas exigências.

Entenda o Regulamento EUDR (UE 2023/1115)

O Regulamento EUDR foi criado com o propósito de barrar a entrada de produtos no mercado europeu que estejam ligados ao desmatamento, independentemente de sua legalidade nos países de origem. Essa iniciativa busca atender às metas climáticas da União Europeia e responder à pressão de consumidores e organizações ambientais por uma cadeia de suprimentos mais sustentável e transparente.

O EUDR estabelece que os produtos listados – como carne bovina, soja, cacau, borracha, madeira e café – só poderão ser exportados para a UE se houver provas de que não estão vinculados ao desmatamento ou à degradação florestal, a partir de 31 de dezembro de 2020. Para isso, as empresas precisam adotar sistemas rigorosos de rastreabilidade, incluindo georreferenciamento e coleta de dados detalhados sobre as propriedades e áreas de produção envolvidas.

Além disso, o regulamento vai além da preservação de florestas primárias, ampliando a proteção a outros ecossistemas vulneráveis. Isso representa um desafio para exportadores brasileiros, que precisarão não apenas garantir a conformidade ambiental em suas propriedades, mas também supervisionar toda a cadeia produtiva, desde fornecedores até distribuidores.

Possível Adiamento: O Que Significa para os Exportadores?

Recentes discussões entre autoridades da União Europeia e setores econômicos sugerem que a entrada em vigor do EUDR pode ser adiada. Isso ocorre em função das dificuldades técnicas e operacionais relatadas por empresas e países exportadores, que alegam precisar de mais tempo para implementar os sistemas de rastreabilidade e conformidade exigidos.

O possível adiamento da lei representa uma oportunidade para os exportadores brasileiros ajustarem suas operações. Embora seja uma notícia positiva no curto prazo, o adiamento não deve ser visto como um alívio permanente. O EUDR ainda será implementado e os requisitos não mudaram – os exportadores precisarão garantir que suas cadeias de suprimentos estejam em total conformidade com as novas normas.

Para o setor agropecuário brasileiro, o principal desafio é a adaptação das propriedades rurais e das cadeias de produção aos requisitos de rastreamento exigidos pela UE. Isso inclui desde o mapeamento e certificação das áreas de produção, até a verificação e fiscalização de fornecedores, garantindo que todas as etapas da cadeia produtiva sejam compatíveis com as exigências ambientais europeias.

Desafios para a Exportação Brasileira

Os desafios enfrentados pelos exportadores brasileiros em relação ao EUDR são numerosos e multifacetados. Além de adaptar as operações para cumprir com as normas, é necessário lidar com a complexidade da legislação europeia e os sistemas de fiscalização locais. Algumas das principais dificuldades incluem:

Rastreabilidade Completa da Cadeia Produtiva:

A exigência de que todos os produtos sejam rastreados desde sua origem até o destino final é um dos maiores obstáculos para os exportadores. Isso requer a implementação de sistemas robustos de georreferenciamento e monitoramento das propriedades rurais, além da coleta de dados precisos sobre as práticas agrícolas utilizadas.

Adequação Ambiental e Legal:

Para cumprir o EUDR, as áreas de produção devem estar de acordo com as normas ambientais brasileiras e europeias, garantindo que nenhum desmatamento ou degradação ambiental tenha ocorrido após 2020. Isso inclui a preservação de áreas protegidas e o cumprimento de normas de uso sustentável do solo.

Monitoramento de Fornecedores:

Exportadores brasileiros precisam monitorar não apenas suas próprias práticas, mas também as de seus fornecedores. Isso inclui a verificação de que os insumos e materiais adquiridos não estão associados a práticas de desmatamento. Essa cadeia de verificação pode ser longa e complexa, demandando um esforço coordenado e contínuo para garantir a conformidade.

Nosso Escritório: Autoridade Nacional em Conformidade Ambiental e Exportação

Nosso escritório possui expertise em direito ambiental e regulatório, com um histórico comprovado de sucesso em auxiliar empresas do agronegócio a se adequarem a legislações internacionais rigorosas, como o EUDR. Somos uma autoridade reconhecida em regularização fundiária, compliance ambiental e conformidade para exportadores.

Nossa equipe técnica multidisciplinar trabalha em conjunto com nossos advogados especializados para garantir que os clientes recebam assessoria completa em todas as etapas do processo. Desde a adequação de práticas agrícolas até a implementação de sistemas de rastreabilidade, oferecemos soluções personalizadas para garantir que sua empresa esteja pronta para atender às exigências da União Europeia.

Além disso, mantemos nossos clientes atualizados sobre qualquer mudança legislativa, como o possível adiamento do EUDR, para que possam tomar decisões estratégicas com antecedência e evitar problemas futuros.

O Cenário de Regularização no Brasil e no Bioma Amazônia

Em regiões como o bioma Amazônia, as exigências de conformidade do EUDR são ainda mais rigorosas devido à alta vulnerabilidade ambiental e à importância de manter o equilíbrio ecológico. No Brasil, a regularização fundiária e a adequação das propriedades rurais às normas ambientais são desafios constantes. A implementação de práticas agrícolas sustentáveis e a conformidade com legislações de uso do solo, como o Código Florestal, são fundamentais para garantir o cumprimento das exigências europeias.

Nosso escritório tem ampla experiência em processos de regularização no bioma Amazônia, auxiliando produtores rurais a obterem conformidade com normas ambientais rigorosas e preparando suas operações para atender às exigências de mercados internacionais.

Se você é exportador e deseja se preparar para o cumprimento do Regulamento EUDR da União Europeia, ou se está preocupado com as implicações dessa legislação para sua operação, entre em contato conosco. Nossa equipe especializada em conformidade ambiental e regularização fundiária está pronta para fornecer o suporte necessário e garantir que sua empresa esteja totalmente adaptada às novas exigências.


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Conheça os autores

Adivan Zanchet

OAB/RS 94.838 || OAB/SC 61.718-A || OAB/SP 521767

Advogado e Professor especialista em Direito Ambiental pela Escola Verbo Jurídico, e em Direito Agrário e do Agronegócio, pela FMP – Fundação Escola Superior do Ministério Público. Sócio-fundador e CEO do escritório MartinsZanchet Inteligência Ambiental Para Negócios. Como Advogado Ambiental, tem sua expertise voltada para Responsabilidade Civil Ambiental. Sócio-fundador da Escola de Direito Ambiental. Sócio-fundador do Canal no YouTube e Podcast Inteligência Ambiental, maior canal do Brasil sobre a matéria de Direito Ambiental. Membro da União Brasileira de Advogados Ambientais (UBAA). Autor de diversos artigos, dentre eles “Responsabilidade Civil Ambiental: as dificuldades em se comprovar o nexo causal”.

Tiago Martins

OAB/PA 19.557 || OAB/SC 68.826-A || OAB/SP 518418

Advogado e Professor de Direito Ambiental com maior atuação no contencioso cível, administrativo e penal ambiental, além de prestar consultoria e assessoria ambiental. É Mestre em Direito e Desenvolvimento Sustentável: Direito e Políticas Públicas pelo Centro Universitário do Pará – Belém. Especialista em Direito Público com Ênfase em Gestão Pública e Capacitação para o Magistério Superior pelo IBMEC São Paulo. Conselheiro Seccional Suplente – OAB/PA. Conselheiro Suplente no Conselho de Desenvolvimento Urbano de Belém/PA. Professor Universitário de Graduação e Pós-Graduação, focado em Direito Ambiental, Direito Administrativo e Direito Constitucional. Sócio-fundador da Escola de Direito Ambiental. Sócio-fundador do Canal no YouTube e Podcast Inteligência Ambiental, maior canal do Brasil sobre Direito Ambiental. Professor em preparatórios para concursos públicos e exame de ordem, com foco em Direito Ambiental e Ética Profissional. Membro da União Brasileira de Advogados Ambientais (UBAA).

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