A Ação Civil Pública Ambiental (ACP) é um instrumento jurídico essencial para a proteção do meio ambiente, utilizado por órgãos como o Ministério Público para responsabilizar empresas e produtores rurais por danos ambientais. Esta ação pode acarretar multas, embargo de atividades, recuperação de áreas degradadas e responsabilização de gestores. Uma defesa técnica e jurídica especializada, com produção de provas periciais, é fundamental para mitigar riscos e garantir a continuidade das operações.
A Ação Civil Pública (ACP) é um dos instrumentos mais utilizados pelo Ministério Público e outras entidades para responsabilizar pessoas físicas e jurídicas por danos ambientais. Por seu potencial impacto, essa ação pode resultar em condenações milionárias, paralisação de atividades, recuperação compulsória de áreas degradadas e imposição de obrigações permanentes.
Empresas e produtores rurais que atuam em áreas sensíveis, utilizam recursos naturais ou desenvolvem atividades com potencial poluidor estão especialmente sujeitos a esse tipo de ação, geralmente iniciada após Inquérito Civil ou autuação administrativa.
Neste artigo, explicamos como funcionam as ACPs ambientais, os riscos envolvidos, como se preparar juridicamente e estruturar uma defesa eficaz para minimizar prejuízos e preservar a continuidade das operações.
O que é a Ação Civil Pública Ambiental?
Prevista na Lei nº 7.347/1985, a ACP protege direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos, como meio ambiente e patrimônio público, sendo respaldada também pela Constituição Federal (artigo 225) e pela Lei nº 6.938/1981.
Podem propor a ACP:
Ministério Público (Estadual ou Federal);
Defensoria Pública;
Entidades da administração pública direta e indireta;
Organizações não governamentais ambientais com mais de um ano de existência legal.
Quando a ACP ambiental é proposta?
Normalmente, a ACP surge após:
Conclusão de Inquéritos Civis;
Descumprimento de Termos de Ajustamento de Conduta (TACs);
Denúncias populares ou de ONGs;
Fiscalizações ambientais que constatam danos coletivos;
Autuações administrativas não resolvidas.
Riscos para os réus
Quem responde a uma ACP ambiental pode enfrentar:
Obrigação de recuperar integralmente áreas degradadas;
Pagamento de indenizações por danos materiais e morais coletivos;
Imposição de obrigações de fazer e não fazer, como suspensão de atividades poluentes;
Multas diárias pelo descumprimento das determinações;
Bloqueio de bens para garantir a reparação;
Responsabilização solidária de sócios, administradores e arrendatários.
Como funciona o processo judicial?
Propositura da ação pelo MP ou entidade legitimada;
Pedido liminar, que pode suspender atividades ou impor obrigações imediatas;
Citação dos réus para apresentar contestação;
Produção de provas, incluindo perícias, laudos, testemunhas e documentos;
Sentença com reconhecimento ou não do dano e definição das medidas;
Execução judicial, com possibilidade de medidas coercitivas e bloqueio de bens.
Estratégias de defesa em ACPs ambientais
A defesa deve ser multidisciplinar e técnica, incluindo:
Análise detalhada da petição inicial para identificar vícios processuais;
Contraposição de laudos e perícias com estudos independentes;
Demonstração de medidas de mitigação e compensação já adotadas;
Negociação para firmar ou rever TACs;
Contestação da responsabilidade pessoal de sócios e administradores, quando cabível.
A importância da prova técnica
Em processos ambientais, a perícia é peça-chave. Ter uma prova técnica própria, produzida por profissionais qualificados, permite:
Reduzir a extensão do dano alegado;
Demonstrar medidas compensatórias realizadas;
Comprovar que o dano decorreu de terceiros ou causas naturais;
Questionar o nexo causal entre atividade e dano.
Como evitar uma ACP ambiental?
Para reduzir riscos, é essencial:
Cumprir rigorosamente condicionantes das licenças ambientais;
Implantar programas de compliance ambiental;
Manter documentação organizada e atualizada;
Atuar preventivamente em fiscalizações e autuações;
Firmar e cumprir TACs bem estruturados.
O papel da assessoria jurídica especializada
O Martins Zanchet Advocacia Ambiental oferece atuação estratégica na defesa em ACPs ambientais, com:
Defesa judicial em todas as instâncias;
Produção de provas técnicas independentes;
Articulação com peritos e técnicos ambientais;
Negociação com Ministério Público e órgãos ambientais;
Estratégias de proteção patrimonial e continuidade das operações.
Conclusão
A Ação Civil Pública Ambiental é uma ferramenta poderosa, que pode gerar impactos significativos para empresas e produtores rurais. Ignorar ou responder de forma genérica pode resultar em perdas expressivas. Com assessoria técnica e jurídica adequada, é possível enfrentar essas ações com estratégia e defesa sólida, protegendo o negócio e o patrimônio.
Sua empresa ou propriedade está sendo alvo de ACP ambiental? Fale com a equipe do Martins Zanchet Advocacia Ambiental e conheça soluções jurídicas eficazes para sua defesa.
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Conheça os autores
Adivan Zanchet
OAB/RS 94.838 || OAB/SC 61.718-A || OAB/SP 521767
Advogado e Professor especialista em Direito Ambiental pela Escola Verbo Jurídico, e em Direito Agrário e do Agronegócio, pela FMP – Fundação Escola Superior do Ministério Público. Sócio-fundador e CEO do escritório MartinsZanchet Inteligência Ambiental Para Negócios. Como Advogado Ambiental, tem sua expertise voltada para Responsabilidade Civil Ambiental. Sócio-fundador da Escola de Direito Ambiental. Sócio-fundador do Canal no YouTube e Podcast Inteligência Ambiental, maior canal do Brasil sobre a matéria de Direito Ambiental. Membro da União Brasileira de Advogados Ambientais (UBAA). Autor de diversos artigos, dentre eles “Responsabilidade Civil Ambiental: as dificuldades em se comprovar o nexo causal”.
Tiago Martins
OAB/PA 19.557 || OAB/SC 68.826-A || OAB/SP 518418
Advogado e Professor de Direito Ambiental com maior atuação no contencioso cível, administrativo e penal ambiental, além de prestar consultoria e assessoria ambiental. É Mestre em Direito e Desenvolvimento Sustentável: Direito e Políticas Públicas pelo Centro Universitário do Pará – Belém. Especialista em Direito Público com Ênfase em Gestão Pública e Capacitação para o Magistério Superior pelo IBMEC São Paulo. Conselheiro Seccional Suplente – OAB/PA. Conselheiro Suplente no Conselho de Desenvolvimento Urbano de Belém/PA. Professor Universitário de Graduação e Pós-Graduação, focado em Direito Ambiental, Direito Administrativo e Direito Constitucional. Sócio-fundador da Escola de Direito Ambiental. Sócio-fundador do Canal no YouTube e Podcast Inteligência Ambiental, maior canal do Brasil sobre Direito Ambiental. Professor em preparatórios para concursos públicos e exame de ordem, com foco em Direito Ambiental e Ética Profissional. Membro da União Brasileira de Advogados Ambientais (UBAA).
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