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Mercado de Carbono: Por Onde Começar e Como Sua Empresa ou Propriedade Pode Lucrar com Créditos de Carbono

O mercado de carbono já é realidade e movimenta bilhões no mundo, oferecendo oportunidades de receita e valorização para empresas e produtores que investem em práticas sustentáveis. No Brasil, é possível participar tanto do mercado voluntário quanto se preparar para o futuro mercado regulado, desde que o projeto seja estruturado com respaldo técnico e jurídico.

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O mercado de carbono deixou de ser uma promessa futura para se tornar uma das mais relevantes ferramentas econômicas no enfrentamento às mudanças climáticas. Mais do que uma exigência ambiental, ele representa uma oportunidade concreta de receita e posicionamento estratégico para empresas e produtores rurais.

No entanto, ingressar nesse mercado exige mais do que boa vontade. É necessário conhecimento técnico, regularidade ambiental e assessoria especializada para que o projeto de créditos de carbono seja validado, certificado e gere retorno financeiro com segurança jurídica.

Neste artigo, explicamos de forma prática por onde começar no mercado de carbono, quais os tipos de crédito existentes, os primeiros passos técnicos e legais, e como transformar práticas sustentáveis em renda adicional — com respaldo legal e estratégico.

O que é o mercado de carbono?

Reduce CO2 emissions and carbon Businessman working virtual modern computer to reduce CO2

O mercado de carbono é um sistema que permite a compra e venda de créditos de carbono, com o objetivo de compensar emissões de gases de efeito estufa (GEE). Na prática, empresas que emitem mais carbono do que o permitido podem comprar créditos de quem emite menos — ou de quem realiza atividades que removem CO₂ da atmosfera.

Esse mecanismo está previsto no Acordo de Paris e já movimenta bilhões de dólares anualmente, em dois grandes formatos:

  • Mercado Regulamentado (compliance market): exige que empresas reduzam ou compensem suas emissões com base em metas legais.
  • Mercado Voluntário: empresas compram créditos para neutralizar suas emissões como parte de programas ESG, mesmo sem obrigação legal.

 

Quem pode participar do mercado de carbono?

 

Qualquer pessoa jurídica ou física que desenvolva atividades que reduzam, capturem ou evitem emissões de gases de efeito estufa pode, em tese, participar. Entre os setores com maior potencial estão:

  • Propriedades rurais com áreas de preservação, reflorestamento ou regeneração natural;
  • Projetos de agricultura regenerativa ou de baixa emissão de carbono;
  • Empresas com programas de eficiência energética ou uso de energia renovável;
  • Indústrias com controle de emissões ou processos de captura de carbono;
  • Sistemas agroflorestais e manejo sustentável de florestas nativas.

O segredo está em estruturar e validar o projeto conforme metodologias reconhecidas por padrões internacionais.

 

O que são créditos de carbono?

Um crédito de carbono corresponde a 1 tonelada de dióxido de carbono equivalente (tCO₂e) que deixou de ser emitida ou foi removida da atmosfera.

Esses créditos são gerados por projetos ambientais que cumprem critérios específicos e são validados por certificadoras internacionais como:

  • Verra (VCS – Verified Carbon Standard)
  • Gold Standard
  • Social Carbon
  • Plan Vivo, entre outros.

Após o processo de validação, os créditos podem ser comercializados em plataformas especializadas, como a CIX, Nori, Pachama ou diretamente por meio de contratos privados.

 

Por onde começar? Passo a passo básico:

Avaliação da viabilidade

Antes de tudo, é necessário verificar se a atividade ou propriedade tem potencial técnico para gerar créditos de carbono. Isso envolve análise de uso do solo, vegetação, práticas produtivas e histórico de emissões.

Escolha do tipo de projeto

Você pode estruturar projetos com diferentes abordagens, como:

  • REDD+ (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação);
  • ARR (Aflorestamento, Reflorestamento e Regeneração Natural);
  • Agropecuária de baixo carbono (ABC+);
  • Eficiência energética ou energia renovável.

Escolha da metodologia

Cada tipo de projeto precisa seguir uma metodologia técnica específica, reconhecida por uma certificadora internacional. Essa metodologia define:

  • Como medir a remoção ou redução de carbono;
  • Quais dados devem ser monitorados;
  • Qual será a linha de base de comparação.

Estruturação jurídica e fundiária

É necessário comprovar que a área pertence ao proponente (ou que ele tem direito de uso) e que não há pendências ambientais. Aqui entra o papel da assessoria jurídica ambiental, que ajuda a:

  • Regularizar a documentação fundiária;
  • Verificar embargos e passivos ambientais;
  • Elaborar contratos de cessão de créditos, quando necessário.

Registro e verificação

Após o projeto ser estruturado, ele passa por:

  • Validação por auditoria técnica (terceira parte);
  • Registro em plataforma certificadora;
  • Verificação periódica, que pode durar anos;
  • Emissão dos créditos de carbono com certificação internacional.

 

Quanto tempo demora e quanto custa?

O processo pode levar de 8 a 24 meses, dependendo do tipo e da complexidade do projeto. O custo de estruturação, validação e verificação também varia, podendo ir de R$ 50 mil a R$ 500 mil, especialmente se envolver grandes áreas e auditorias internacionais.

Entretanto, os créditos gerados podem ter alto valor no mercado, variando entre US$ 5 e US$ 30 por tonelada, a depender da qualidade do projeto, rastreabilidade, co-benefícios sociais e biodiversidade envolvida.

 

Quais são os riscos e cuidados jurídicos?

Participar do mercado de carbono sem assessoria jurídica pode levar a problemas como:

  • Perda de créditos por falhas no projeto ou documentação;
  • Fraudes em contratos com compradores e intermediários;
  • Exposição do proprietário a riscos ambientais e fiscais;
  • Insegurança sobre titularidade dos créditos e disputas judiciais.

Por isso, é fundamental ter apoio técnico-jurídico desde o início, especialmente para:

  • Análise contratual com desenvolvedores e compradores de crédito;
  • Estruturação de sociedades, consórcios ou parcerias fundiárias;
  • Blindagem patrimonial e sucessória;
  • Cumprimento da legislação ambiental brasileira.

 

O Brasil tem regulamentação sobre mercado de carbono?

 

Sim, o Brasil está em processo de regulamentação do mercado de carbono regulado, por meio do Projeto de Lei nº 412/2022, que institui o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE).

Além disso, estados como São Paulo, Pará e Mato Grosso já estão criando regulações locais sobre créditos de carbono e ativos ambientais. O país também participa do Artigo 6 do Acordo de Paris, que trata de mercados internacionais.

Mesmo antes da regulação nacional, é possível atuar no mercado voluntário, que está plenamente ativo e tem alta demanda por créditos brasileiros — especialmente de reflorestamento e conservação.

 

Como a Martins Zanchet pode ajudar?

A Martins Zanchet Advocacia Ambiental atua com segurança jurídica e estratégia em todas as etapas de ingresso no mercado de carbono:

  • Avaliação legal de viabilidade de projetos;
  • Regularização fundiária e ambiental das áreas;
  • Análise e elaboração de contratos de cessão, parceria e comercialização;
  • Assessoria em compliance e governança climática;
  • Apoio técnico-jurídico junto a certificadoras e órgãos reguladores.

Com atuação nacional e cases bem-sucedidos, oferecemos suporte completo para que o seu projeto seja tecnicamente viável, juridicamente seguro e financeiramente rentável.

 

Conclusão

Ingressar no mercado de carbono exige planejamento, conhecimento técnico e respaldo legal. Mas para quem atua de forma estruturada, as oportunidades são reais: valorização da propriedade, atração de investimentos e geração de receita adicional com a sustentabilidade.

A hora de começar é agora — com a legislação em avanço, a pressão internacional por ESG e a valorização de práticas sustentáveis.

Tem interesse em gerar créditos de carbono e transformar sua propriedade ou empresa em referência em sustentabilidade? Fale com a Martins Zanchet Advocacia Ambiental e inicie seu projeto com segurança jurídica e técnica.

 

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Conheça os autores

Adivan Zanchet

OAB/RS 94.838 || OAB/SC 61.718-A || OAB/SP 521767

Advogado e Professor especialista em Direito Ambiental pela Escola Verbo Jurídico, e em Direito Agrário e do Agronegócio, pela FMP – Fundação Escola Superior do Ministério Público. Sócio-fundador e CEO do escritório MartinsZanchet Advocacia Ambiental. Como Advogado Ambiental, tem sua expertise voltada para Responsabilidade Civil Ambiental. Sócio-fundador da Escola de Direito Ambiental. Sócio-fundador do Canal no YouTube e Podcast Inteligência Ambiental, maior canal do Brasil sobre a matéria de Direito Ambiental. Membro da União Brasileira de Advogados Ambientais (UBAA). Autor de diversos artigos, dentre eles “Responsabilidade Civil Ambiental: as dificuldades em se comprovar o nexo causal”.

Tiago Martins

OAB/PA 19.557 || OAB/SC 68.826-A || OAB/SP 518418

Advogado e Professor de Direito Ambiental com maior atuação no contencioso cível, administrativo e penal ambiental, além de prestar consultoria e assessoria ambiental. É Mestre em Direito e Desenvolvimento Sustentável: Direito e Políticas Públicas pelo Centro Universitário do Pará – Belém. Especialista em Direito Público com Ênfase em Gestão Pública e Capacitação para o Magistério Superior pelo IBMEC São Paulo. Professor Universitário de Graduação e Pós-Graduação, focado em Direito Ambiental, Direito Administrativo e Direito Constitucional. Sócio-fundador da Escola de Direito Ambiental. Sócio-fundador do Canal no YouTube e Podcast Inteligência Ambiental, maior canal do Brasil sobre Direito Ambiental. Professor em preparatórios para concursos públicos e exame de ordem, com foco em Direito Ambiental e Ética Profissional. Membro da União Brasileira de Advogados Ambientais (UBAA).

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