China Suspende 390 Frigoríficos dos EUA e Redesenha o Cenário da Exportação de Carne Bovina
A China suspendeu as habilitações de 390 frigoríficos dos EUA para exportação de carne bovina, afetando cerca de 60% das plantas anteriormente autorizadas. A decisão ocorre em meio a tensões comerciais e abre espaço para países como o Brasil ampliarem sua participação no mercado chinês, desde que atendam às exigências sanitárias e logísticas.
A China suspendeu as habilitações de 390 frigoríficos norte-americanos para exportação de carne bovina, medida que atinge cerca de 60% das plantas dos Estados Unidos anteriormente autorizadas a vender para o mercado chinês. A decisão ocorreu após o vencimento das autorizações, que até o momento não foram renovadas pelo governo chinês, gerando impactos relevantes no comércio global de proteína animal.
Frigoríficos Desabilitados e Situação Atual
As habilitações de quatro plantas expiraram em 19 de fevereiro, enquanto as demais, 386, perderam a validade em 16 de março. No sistema oficial da Administração-Geral de Alfândegas da China (GACC), essas unidades aparecem com o status “atrasado”, o que indica que estão temporariamente desautorizadas a exportar.
Com essa suspensão, restam apenas 249 frigoríficos americanos habilitados, dos quais 137 têm autorizações válidas até 2029. Outras 20 plantas devem ter os certificados expirando ainda este ano, e 15 seguem suspensas por motivos diversos.
Motivações Estratégicas e Contexto Comercial
A medida ocorre em um momento de crescentes tensões comerciais entre China e Estados Unidos, sendo interpretada por analistas como parte de uma estratégia geopolítica e econômica do governo chinês para pressionar os EUA em meio à guerra comercial entre os dois países.
Apesar de não ter sido oficialmente declarada como retaliação, a suspensão em massa levanta questionamentos sobre a estabilidade das relações comerciais entre os países e abre espaço para mudanças significativas no cenário global de exportação de carnes.
Oportunidades para o Brasil e Outros Exportadores
A decisão da China cria espaço estratégico para outros países exportadores de carne bovina, principalmente o Brasil, que já ocupa posição de destaque como maior fornecedor da proteína para o mercado chinês.
O governo brasileiro espera que a China habilite novas plantas frigoríficas brasileiras ainda em 2025, o que pode representar um aumento expressivo na participação do país nas exportações para o gigante asiático.
Além do Brasil, países como Argentina, Uruguai e Austrália também podem se beneficiar, especialmente no fornecimento de cortes de maior valor agregado, tradicionalmente comercializados pelos Estados Unidos.
Cautela do Mercado e Ajustes de Curto Prazo
Apesar da oportunidade para outros países, especialistas alertam que a substituição dos frigoríficos americanos não será imediata. As diferenças nos padrões sanitários, tipos de cortes exportados e exigências específicas do mercado chinês podem dificultar uma reposição rápida e direta da oferta norte-americana.
As indústrias exportadoras brasileiras, por exemplo, precisarão manter rigorosos controles de qualidade e sanidade animal, além de ajustar sua capacidade de produção e logística para atender à crescente demanda chinesa com consistência.
Conclusão
A suspensão das habilitações de frigoríficos dos Estados Unidos pela China representa um ponto de inflexão nas relações comerciais globais no setor de carnes. A medida pode beneficiar o Brasil e outros países exportadores, mas também exige planejamento estratégico, adaptação sanitária e capacidade produtiva, para que esses mercados possam aproveitar a janela de oportunidade criada por esse movimento geopolítico.
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Conheça os autores
Adivan Zanchet
OAB/RS 94.838 || OAB/SC 61.718-A || OAB/SP 521767
Advogado e Professor especialista em Direito Ambiental pela Escola Verbo Jurídico, e em Direito Agrário e do Agronegócio, pela FMP – Fundação Escola Superior do Ministério Público. Sócio-fundador e CEO do escritório MartinsZanchet Inteligência Ambiental Para Negócios. Como Advogado Ambiental, tem sua expertise voltada para Responsabilidade Civil Ambiental. Sócio-fundador da Escola de Direito Ambiental. Sócio-fundador do Canal no YouTube e Podcast Inteligência Ambiental, maior canal do Brasil sobre a matéria de Direito Ambiental. Membro da União Brasileira de Advogados Ambientais (UBAA). Autor de diversos artigos, dentre eles “Responsabilidade Civil Ambiental: as dificuldades em se comprovar o nexo causal”.
Tiago Martins
OAB/PA 19.557 || OAB/SC 68.826-A || OAB/SP 518418
Advogado e Professor de Direito Ambiental com maior atuação no contencioso cível, administrativo e penal ambiental, além de prestar consultoria e assessoria ambiental. É Mestre em Direito e Desenvolvimento Sustentável: Direito e Políticas Públicas pelo Centro Universitário do Pará – Belém. Especialista em Direito Público com Ênfase em Gestão Pública e Capacitação para o Magistério Superior pelo IBMEC São Paulo. Conselheiro Seccional Suplente – OAB/PA. Conselheiro Suplente no Conselho de Desenvolvimento Urbano de Belém/PA. Professor Universitário de Graduação e Pós-Graduação, focado em Direito Ambiental, Direito Administrativo e Direito Constitucional. Sócio-fundador da Escola de Direito Ambiental. Sócio-fundador do Canal no YouTube e Podcast Inteligência Ambiental, maior canal do Brasil sobre Direito Ambiental. Professor em preparatórios para concursos públicos e exame de ordem, com foco em Direito Ambiental e Ética Profissional. Membro da União Brasileira de Advogados Ambientais (UBAA).
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Em 2025, a pecuária brasileira se beneficia de uma demanda global crescente por carne bovina, expansão para novos mercados e investimentos em sustentabilidade. Países asiáticos e emergentes impulsionam as exportações, enquanto práticas de baixo carbono reforçam a competitividade internacional. O Martins Zanchet Advocacia Ambiental apoia o setor na conformidade com regulamentações e no aproveitamento de novas oportunidades.
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